domingo, 20 de janeiro de 2008

II Guerra Mundial

Universidade dos Açores




Politica Internacional Contemporânea






Professora Doutora Susana Serpa Silva
Cláudio Borges Almeida








Início da Guerra:

Favorecido pela crise económica e pelas guerras internas que entre os seus adversários se desenrolavam, Adolf Hitler chegou ao poder em Janeiro de 1933. Conservadores e católicos entregaram-lhe, em Março do mesmo ano, plenos poderes de governação com a duração de quatro anos. Por outro lado, a morte do presidente Hindenburg, em Agosto de 1934, e o terror fizeram dele o único senhor do país.
A par do seu desejo totalitário, a vontade de controlar todos os aspectos do indivíduo e a sua monomania racista, Hitler tinha um programa preciso de politica externa, expresso desde 1925 no seu livro Mein Kampf.
O seu ideal era o de reunir todos os alemães num único Estado, porque “o mesmo sangue pertence ao mesmo império”, e assegurar-lhes “o território que lhes pertence nesse mundo” – isto é, conquistar um “espaço vital” a leste, à custa dos Eslavos, considerados, na ideologia hitleriana, sub-humanos. O controlo do Atlântico poderia ser deixado aos Ingleses, o do Mediterrâneo, aos Italianos, mas a França, a “inimiga mortal”, devia ser antes de mais “estrangulada”.
São estas as linhas fundamentais do espírito que animava Hitler quando chegou ao poder e são elas que vão guiar a sua acção política durante os anos da sua governação, marcada pelo culto da raça, da hegemonia do povo alemão, da busca de um espaço territorial de onde a “sub-humanidade” desaparecesse.



Teatros de Guerra

A invasão Relâmpago da Polónia e a Europa:
“O dia do ataque é fixado para 1 de Setembro de 1939: 4h 45m.”, é esta a directiva assinada por Hitler no dia 31 de Agosto de 1939, que dá a autorização para a invasão da Polónia.
Os assaltos das forças alemães envolveram poderosos ataques de colunas de tanques e outros veículos pesados que penetraram profundamente no território inimigo, indo contra os soldados polacos, e fazendo-se seguir por movimentos de infantaria em linha e círculo, que surgiam por detrás e faziam o cerco às grandes bolsas das forças inimigas. Toda a operação foi apoiada por uma cobertura aérea poderosa. Este método de ataque, “Blitzkrieg”, (“Guerra Relâmpago”) tornava as forças militares alemãs os Alemães imparáveis.
A 17 de Setembro de 1939, a União Soviética invadiu a Polónia, a fim de ocupar os territórios que lhe cabiam, de acordo com as cláusulas secretas do pacto Germano – Soviético, assinado a 23 de Agosto de 1939. Desta invasão resultou que 230 000 Polacos foram feitos prisioneiros, entre os quais 15 000 oficiais, todos eles levados para os campos de concentração do exército Vermelho, à excepção dos oficiais, levados para a floresta de Katyn, onde foram amarrados e abatidos um a um com tiros na cabeça.
As armas utilizadas eram de fabrico alemão, e, mais tarde, quando os corpos foram encontrados, todos os indícios levaram a crer que tinham sido os alemães que os chacinaram. Foram os próprios alemães que, em 1943, autorizaram uma equipa da Cruz Vermelha a ir ao local de forma para examinar as valas e os corpos e assim determinar o verdadeiro autor daquele que ficou conhecido como o “Massacre de Katyn”.
Antes do fim do mês de Setembro de 1939, a Polónia caía. Após uma pausa de 6 meses, Hitler virou-se para a Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega e França. É ainda deste mês e ano (3 de Setembro, mais precisamente) a declaração de guerra feita pela França.
No entanto, decorreram 8 meses antes de se iniciarem os conflitos armados entre a Alemanha e a França. Hitler concentrou as atenções na frente leste, enquanto a França se manteve numa posição de defesa estratégica. Só em Maio de 1940, os exércitos do Reich entraram em França.
Em meados de Junho de 1940, todos os países referidos tinham caído e, perante a derrota Francesa consagrada com o armistício com a Alemanha, a Grã-Bretanha encontrava-se sozinha. Hitler planeou invadir a Inglaterra em 1940.
A batalha com a Inglaterra desenvolveu-se à volta de 3 pontos-chave. Primeiro, desencadeia-se um ataque aéreo, nos meses de Julho a Setembro, contra navios, campos da RAF, portos, aeroportos e cidades, de forma a diminuir a “resistência Britânica”, antes de ser enviada uma força terrestre. Porém, a Luftwaffe não conseguiu atingir mortalmente a RAF, que manteve o seu poder de ataque através dos seus caças Spitfires e Hurricanes, por isso o comando alemão foi obrigado a reconhecer o fracasso, tendo perdido, em 3 meses de batalha, cerca de 1700 aviões e 4000 pilotos.
O segundo ponto-chave é o projecto de invasão da ilha pelas forças de Hitler, intitulado de “Operação Seelõwe” (“Operação Leão-Marinho”). O objectivo era fazer desembarcar na costa Sul de Inglaterra um poderoso exército, destruir as guarnições inglesas e conseguir, assim, a capitulação do Reino Unido.
Todavia, atravessar a Mancha era complicado, pois a Royal Navy detinha o controlo dos mares e o esforço da Luftwaffe para controlar os céus não estava a ser eficaz. Assim, Hitler abandonou a ideia de invadir o Reino Unido e projectou destruir a União Soviética, pondo de parte o plano “Seelõwe”.
O terceiro aspecto é a aposta que Hitler fez nos constantes bombardeamentos das cidades britânicas, com o objectivo de paralisar a indústria de guerra e abalar a moral da população. Os Ingleses vão designar estes bombardeamentos de “Blitz”.


A Guerra no deserto africano:
Em 1940, a Guerra tinha-se alastrado até Norte de África. As forças italianas sediadas na Líbia atacaram o Egipto, país que o Reino Unido se tinha comprometido defender. Os britânicos expulsaram os italianos, e os alemães prontificaram-se a enviar auxílio militar.
Sobre o comando do general Rommel, nomeado comandante do Africa Korps, mas cada vez mais céptico quanto ao rumo que Hitler estava a dar à guerra, os alemães forçaram os britânicos a recuar para o Egipto. A luta continuou até as forças britânicas, sob o comando do General Montgomery, conseguirem uma vitória decisiva em El Alamein, em Outubro – Novembro de 1942. Montgomery avançou, então, rapidamente através da Líbia para se reunir a uma força conjunta britânica e norte-americana que desembarcara na Argélia e em Marrocos. Os exércitos do eixo italo-germânico, encurralados entre os exércitos aliados, renderam-se em Maio de 1943.


O Japão e a Guerra no Pacifico:
Em finais de 1941 a Guerra prosseguia em várias regiões, nomeadamente, na Europa e na Ásia. Os EUA, oficialmente, não participavam. Mas, no dia 7 de Dezembro de 1941, pelas 7h e 55 minutos, 183 aviões japoneses atacaram de surpresa a frota dos EUA na baía de Pearl Harbor, no Havai.
Os Norte Americanos sofreram um forte revés, já que perderam, neste dia, oito couraçados, três cruzadores, três contratorpedeiros, quatro navios auxiliares e 159 aviões estacionados na base, para além de vidas humanas: 2403 mortos e 1178 feridos, enquanto as forças nipónicas apenas perderam 29 aviões e cinco submarinos.
No mesmo dia, os Japoneses desembarcaram na Malásia e nas Filipinas.
O objectivo dos nipónicos era neutralizar os americanos, já que estes eram o único obstáculo à sua expansão no Pacifico e, visto que já ocupavam parte da China desde 1937, aproveitaram a guerra na Europa e a derrota dos Franceses de 1940 para investir sobre a Indochina.
Os EUA passaram a participar maciçamente na guerra em duas frentes: na frente do Pacifico, tentaram deter o avanço dos Nipónicos (em Junho de 1942, travou-se a batalha de Midway, a primeira derrota dos Japoneses); na frente europeia, a principal, o poder industrial bélico americano foi posto em acção contra o poderio germânico.
Os americanos também participaram e conduziram o desembarque no Norte de África, em Novembro de 1942, na Sicília, Julho de 1943, e na Itália, em Setembro do mesmo ano.
A 6 de Junho de 1944 chegou finalmente o “DIA D”, em que se deu o desembarque na Normandia, claramente uma vitória, acima de tudo, Norte Americana.


Estalinegrado: Viragem da Guerra

Entre Novembro e Dezembro de 1941, na batalha de Moscovo, as tropas alemães chegaram perto da capital Russa, ficando estacionadas a 20 km.
No Verão de 1942, a Alemanha estava no auge da sua potência, com frentes de batalha na Europa, no Norte de África e no Médio Oriente. Hitler optou, então, por desenvolver uma nova campanha na frente Leste, depois da rápida progressão do Verão. Tratava-se de, a Norte, tomar Leninegrado, no centro, manter as posições adquiridas e, a sul, penetrar nos campos petrolíferos do Cáucaso, e cortar o Volga em Estalinegrado, no sentido norte-sul, rio que era de uma importância vital para o abastecimento das tropas soviéticas.
Entre Maio e Setembro de 1942, Hitler procedeu a uma segunda ofensiva contra a URSS, chegando a Estalinegrado, mas, em Fevereiro de 1943, o exército vermelho contra-atacou e fez recuar as tropas nazis, levando a que, a 2 de Fevereiro desse ano, o exército alemão capitulasse em Estalinegrado.
A 27 de Janeiro de 1944, terminou o bloqueio alemão à cidade de Leninegrado, depois de mais de 870 dias de cerco, e, na primavera de 1944, o exército soviético desencadeou a sua ofensiva final. O território foi reconquistado pelo exército vermelho, que fez recuar as tropas de Hitler, conseguindo penetrar na Polónia, Roménia, Bulgária e Hungria.


O Fim da Guerra
De Junho de 1944 até à Primavera de 1945, os ataques dos aliados a ocidente e dos soviéticos a leste provocaram a desarticulação dos exércitos alemães.
Hitler suicida-se a 30 de Abril de 1945 no seu bunker. Berlim é tomada a 2 de Maio pelo exército Vermelho, e o almirante Dõntz, sucessor de Hitler, rendeu-se.
No dia 6 de Agosto de 1945, o mundo conheceu uma nova realidade bélica: os EUA lançaram sobre a cidade de Hiroshima, três dias mais tarde sobre Nagasaki, a bomba atómica, causando milhares de mortos num raio de vários quilómetros de distância. Na sequência desse ataque, os japoneses renderam-se e a rendição foi assinada a bordo do navio Norte-Americano Missouri, a 2 de Setembro de 1945.
Em Nuremberga, a 8 de Maio de 1945, iniciou-se o julgamento de todos os crimes – os de guerra e os contra a Humanidade - efectuados pelos Alemães.
Em 1946, é constituído o Tribunal de Guerra de Tóquio com o mesmo objectivo do de Nuremberga, mas para julgar os criminosos de guerra Japoneses.






Bibliografia:
· HITLER, Adolf - Mein Kampf.
Obras de referencia
· Atlas Histórico – grande enciclopédia Portuguesa e Brasileira, grádiva.
· Grande Crónica da II Guerra Mundial vol.1 – de Munique a Pearl Harbor – Selecção do Reader Digest;
· Grande Crónica da II Guerra Mundial vol.2 – de Pearl Harbor a Estalinegrado – Selecção do Reader Digest;
· Grande Crónica da II Guerra Mundial vol.3 – de Estalinegrado a Hiroshima – Selecção do Reader Digest;
· História do Mundo – Livros e Livros;
· II Guerra Mundial – Editora Grolier;

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